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27 de maio de 2012

Aceito meus defeitos


Todo dia é dia. Dia de sonhar mais, de conhecer o novo, de continuar lutando. Todo o dia é dia de crescer.
Todos nos buscamos a cada dia algo novo. Algo que ainda não conhecemos que nos faça mudar, para melhor, óbvio. Foi pensando nisso que surgiu o tema deste post. O caráter teve grande destaque na minha criação. Minha mãe sempre reforçou a importância de ser uma pessoa integra. Assim, eu me acostumei a tentar frequentemente melhorar minha personalidade, todos os defeitos que tinha eram apontados. Com isso eu podia refletir e trabalhar nelas.

Nos últimos anos eu percebi alguns traços da minha personalidade que ainda podiam ser repensados. Mas realmente, neste ponto da minha vida, pleno dezoito anos de idade, eu decidi que tudo bem eu ter todas estes defeitos. Correr atrás de tamanha perfeição não tinha cabimento, e isso só me trazia angustia.

Resolvi aceitar meu jeito mandão, perfeccionista e “bocuda”. Apesar de que ninguém goste de gritar por ai todas suas imperfeições que ficam escondidas no dia-a-dia e só aparecem quando te puxam ao limite.  Mas eu preciso disso. Preciso jogar todos eles pra fora do meu peito apertado que não aguenta mais, e dizer pra quem não goste que se vá. Porque sou assim mesmo e não pretendo, tão cedo, mudar.

Sim, eu adoro mandar. Não sei se isso tem haver com meu signo, dia ou hora que nasci, mas esbravejo mundo afora sem pestanejar. Já tentei de tudo, não há jeito de segurar minha língua solta que bate nos dentes sempre que o assunto é comigo. Não levo nenhum desaforo para casa. Quando alguém me incomoda resolvo na mesma hora. Cansei de voltar arrependida de não ter me defendido. Quantas vezes não ouvi: “Deixa pra lá, Marina”. Não. Não vou deixar para lá, se a pessoa teve a intenção de me cutucar com uma vara curta, viro onça e revido os elogios.

Apesar disso, obviamente, não me considero uma pessoa completa, formada. Como disse, todo dia quero mudar. Se quiser ser minha amiga, serei leal. Serei sua conselheira, lhe farei companhia, terei o cuidado de ouvi-la, de abraça-la, a levarei para o bar quando tudo der errado. Mas lhe informo que tenho defeitos, que estou tentando aceitar.

18 de maio de 2012

Ninguém Perguntou


Hoje foi um dia relativamente importante para mim, que eu pretendo me lembrar pelo resto da minha vida. Acontece que ninguém me perguntou como ele foi. Eu estava só esperando a oportunidade para contar todas as minhas novidades, o dia terminou, a novela das nove já estava no fim e ninguém tinha me perguntado nada. Ai eu lembrei que havia criado um blog, e que nele eu podia falar do que quiser. Sem ninguém ter perguntado mesmo. Isso me encheu de alegria. Gosto de pensar que alguém vai ler sobre esse dia.

Bom, minha quinta-feira, 17 de maio de 2012, começou às cinco da manhã. Geralmente eu acordo as seis e vinte, mas eu estava tão ansiosa que meu estomago dava piruetas na minha barriga e parecia que eu acordava de dez em dez minutos. O motivo de toda essa agitação era que logo pela manhã eu ia, finalmente, fazer a minha prova pratica de carro. Eu não sabia dirigir quando assinei um contrato com a autoescola e aprendi tudo em 20 horas, num Gol novinho, ao lado do instrutor mais querido da cidade.
Lá pelas seis horas eu levantei de vez da cama, num pulo só. Quando empurrava uma torrada com requeijão pra dentro, revia os passos da baliza com a minha mãe. Estava tão nervosa que não percebi os gritos que eu dava enquanto me resumia e acabei acordando a casa inteira. Cheguei ao local da prova lá pelas sete e meia. Encontrei uma mulher da minha autoescola que não parava de falar que estava com medo, o que irrita para caramba! É o mesmo esquema vestibular, não fique perto de quem esta nervosa, porque você vai acabar ficando também.

Logo eles formaram uma fila de cada autoescola e eu acabei lá no fim, uma das últimas. Adorei a ideia porque teria menos gente esperando e eu teria tempo de pensar e me acalmar. Encontrei mais três pessoas do cursinho e fiquei perto deles. Um deles era a primeira da minha fila então eu saberia quando tivessem começado a chamar. Estávamos os quatro juntos quando de repente meu instrutor grita meu nome: MARIIIIINAAA! Eu levei um susto imenso, dei dois pinotes pra cima e corri para o carro. Eu não acredito que já estavam me chamando! Eu entrei no carro com a cabeça girando, o instrutor estava muito nervoso, acho que ele queria que eu passasse. Ele gritava: Coloca esse cinto! Liga a seta! O carro já tá ligado heim! Não esquece o freio de mão!

Eu não sei como consegui pisar na embreagem, meus pés tremiam. Minhas mãos escorregavam do volante, mas a adrenalina me movia. O delegado fez um sinal de “vem comigo” e eu comecei. Entrei de primeira na vaga, isso nunca tinha acontecido. Eu não sabia o que fazer. Não tinha certeza de que o carro estava bem estacionado, se arrumava mais ou o quê. Fiquei parada por alguns segundos que pareceram minutos, o delegado abaixou e falou que eu podia sair. Comecei a relaxar. Dei seta, fui para trás e sai com o carro. Minha perna direita praticamente pulava no pedal.

Sai do carro aos pulos, sabia que tinha passado por esta primeira fase. Mas ainda faltava o percurso. Que foi super tranquilo. Meus amigos me colocaram a maior pilha, mas o delegado que foi do meu lado era o mais bonzinho do mundo. Logo que entrei no carro não conseguia soltar o freio de mão. Pensei: “Pronto, nem do lugar consigo sair.” Ele me ajudou e falou que eu quando estivesse pronta podia sair com o carro, mais uma vez liguei a seta. Depois foi tranquilo. Quando parei dentro do estacionamento ele disse que eu estava aprovada. De novo eu saí do carro saltitando, dei um abraço no meu instrutor e agradeci muito.

Depois fui a pé até o colégio, estava à flor da pele, e precisava descarregar aquela energia. Foi uma boa caminhada, por volta de quarenta minutos. Cheguei toda orgulhosa no cursinho e assisti as ultimas três aulas. Às três horas tinha consulta com o dentista, então fui almoçar e fiquei desanimada pensando o que faria até lá. Por sorte encontrei uma colega da escola antiga e ficamos uma hora conversando sobre faculdade, vestibular e etc. Subi para o centro e esperei bastante no consultório, mas prevenidamente levava comigo um livro.

Quando cheguei em casa ás quatro horas. Recolhi as roupas do varal, coloquei uma nova leva para bater na máquina, lavei a louça e tomei banho. Quando finalmente achei que iria ter sossego, olhei para minha pilha de livro e ela olhou de volta. Sentei na minha escrivaninha e estudei só um pouquinho. Estava exausta, comi e entrei debaixo de duas cobertas na companhia do mesmo livro. 


10 de maio de 2012

A fila do banco

Esta semana fui ao banco e tive que enfrentar uma daquelas enormes filas que desanimam qualquer sujeito em plena tarde de quarta-feira. Minha mãe me acompanhava, assim que entramos ela achou uma cadeira razoavelmente confortável para descansar e ficou  me observando reclamar.


Paciência com certeza não é uma de minhas virtudes. Por isso meu sangue já havia começado a esquentar assim que desci os olhos nas treze pessoas a minha frente. Passaram-se mais ou menos dez minutos quando uma crente de saia no joelho e cabelo na cintura entrou. Quando eu era menor, pedia pra deixar o meu crescer assim também. O bom senso da minha mãe sempre me negou esta vontade. Ela carregava uma criança no colo, a menina devia ter uns quatro ou cinco anos. Estava toda torta nos braços da mãe mas parecia dormir deliciosamente. Senti inveja daquela menininha.  Também queria ter o colo da minha mãe quando tenho que esperar inutilmente por algo. Enfim.


Depois disso entrou uma jovem senhora. Daquelas que tem mais que 60 anos, porém mais energia que qualquer mulher nos seus quarenta. Ela estava toda animada e correndo muito de um lado para o outro. Acabou que passou na frente da mãe que carregava a criança pesada e dorminhoca, por pura safadeza. Disse que tinha lugar guardado na fila. Eu achei aquilo um tremendo desaforo. Mas  ela acabou tendo que voltar para o fim da fila de verdade, aquela que eu estava a vinte minutos.

Dentro desta fila louca tinha um sujeito com um baita dum Iphone que não parava de tocar e ele de atender. Era bate papo pra lá, bate papo pra cá. Aquilo estava me tirando do sério, não só porque eu estava sendo obrigada a ouvir a conversa alheia, mas porque aquele era o cara que me fez me sentir obrigada a aturar todo aquele tempo de fila. Eu explico.

Naquele momento já havia se passado por volta de vinte e cinco minutos que eu sofria. Até a minha mãe estava de saco cheio daquilo e me disse que era proibido por lei ficar mais de trinta minutos na fila do banco. Eu não sabia de lei nenhuma então disse: “Que exagero mãe!” ela falou que existia mesmo uma lei assim e que como muitas ela não era seguida.

Com aquela informação eu me senti no poder novamente. Senti que não era o banco quem ditava todas as regras. Porque geralmente este tipo de serviço tem péssimo atendimento porque é um mal necessário. Ninguém vive sem conta no banco. Então mesmo existindo diferentes bancos, parece que eles fazem um complô e agem todos iguais. Tarifas enormes, juros absurdos, e filas que não acabam mais. Quem vai reclamar? Acontece que existem jeitos de contornar as falcatruas e ser ouvida.

Então foi por isso que o cara no Iphone me incomodou tanto. Como eu poderia com a cara e a coragem chamar o gerente, recepcionista ou o papa e falar: “Olha aqui meu senhor! Estou aqui á TRINTA minutos, e isso é contra a lei.” Enquanto um dos meus (outros clientes do banco) quebra regras como a da proibição do uso de celular dentro do banco? Se alguém do meu “grupo” decide não seguir uma das leis, eu não me sinto no direito de clamar por outras. Se uma for quebrada todas as outras também terão seus motivos para tal.
Por fim, acabei não dizendo nada nem para o sujeito no celular, muito menos para o atendente do caixa. Foram trinta minutos sem poder dizer nada.
                                                

6 de maio de 2012

Being alone doesn't mean you are lonely


"Acredito que estou bem acompanhada quando estou sozinha, e que o único relacionamento que verdadeiramente vai durar é aquele comigo mesmo."
Já fui muito insegura, muito mesmo. Daquelas que faz de tudo para se encaixar no grupinho popular da escola, que corre atrás das meninas erradas só pra se sentir importante, que tem vergonha de ser autêntica só porque alguém pode achar aquilo muito bobo e decidir que você não faz mais parte daquele grupo seletivo.
Teve um ano em que eu chorava todos os dias depois da escola. Chorava porque não tinha com quem fazer o trabalho em dupla, porque não me deixavam participar das conversas no intervalo ou porque aquele tal grupo tinha marcado um programa e esquecido de me chamar. Com o tempo eu descobri que aquele tipo de gente não era pra mim. Tudo era tão forçado pra elas. Eram lindas por fora e ocas por dentro.
Eu era muito mais dependente emocionalmente do que devia. Não suportava ficar sozinha, me sentia estranha quando não tinha ninguém por perto. Achava que todos estavam me olhando e pensando: “Nossa, essa menina não tem amigos não? Ela fica ai sozinha.” Foi morando fora que aprendi “Being alone doesn't mean you are lonely”. Não sei que frase melhor explicaria uma das maiores lições que tive. Eu não precisava de toda aquela atenção. Fiquei bem sozinha. Era melhor botar toda a confiança que eu dava a aquelas meninas em mim mesmo.
Apesar da vida se mostrar mais leve e feliz quando se compartilha bons momentos, durante boa parte acredito que estou bem acompanhada quando estou sozinha, e que o único relacionamento que verdadeiramente vai durar é aquele comigo mesmo. Alguns acham muito dura esta barreira que eu criei, mas a única diferença que existe é que não me deixo mais levar por coisas bobas. Se tal menina me chamou ou não para aquela festa não importa mais. Sou essa nova pessoa que respeita suas vontades e seu tempo.


3 de maio de 2012

Minha história com o Blog

Como já disse aqui, pretendo cursar jornalismo ano que vem. Difícil dizer que esta foi a profissão que escolhi, mas me lembro de desde o primeiro ano no ensino fundamental, que entre as futuras veterinárias e professoras eu queria ser repórter. Na época desconhecia qualquer outra área jornalística. Fazia vídeos com minhas amigas, entrevistando-as em meu suposto jornal. Da brincadeira surgiu meu primeiro blog, eu tinha apenas sete anos e nenhuma noção do potencial do mesmo. Postava todos os dias imagens “fofas” e frases do tipo “hoje fui NA escola”. Tudo errado. Mas foi o começo. Depois disso mudei de servidor. Fui para a UOL onde aprendi tudo de HTML e Design. Comecei a fazer meus próprios layouts e os configurar. Algumas daquelas amigas encomendavam blogs personalizados, mas os largavam depois de um mês ou dois. Eu não. Eu continuava ali, de um jeito ou de outro, sempre evoluindo. Depois de mais alguns anos mudei o nome do meu blog. Continuei escrevendo. Comecei a produzir textos sobre meus amores juvenis, medos e todos os dramas que alguém de 14 anos poderia ter. Aos quinze anos, minha vida social teve um aumento exponencial e eu comecei a viver fora daquele mundo paralelo. Infelizmente não consegui conciliar os dois e larguei de vez do blog. Não me arrependo de ter escolhido as festinhas à internet. Dos quinze aos dezoito tive experiências sensacionais. Dei o meu primeiro beijo (acho que com 14 anos, não me lembro ao certo) , me formei, fiz um intercâmbio incrível! Voltei para o Brasil depois de um ano fora, tive um choque de realidade e enfrentei uma tremenda prova. Não passei na faculdade que queria no meu primeiro ano de vestibular. Agora continuo estudando muita Física, Química e Matemática. No fim do ano tento novamente. Enquanto isso, eu rascunho aqui no blog as minhas idéias no intuito de me aproximar novamente da minha paixão pela escrita.